sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Para quando você nascer

Num dia de abril , sol ou chuva, estamos (estaremos ou estivemos - quem sabe do tempo) todos a postos aguardando o milagre da vida.Um ser que brota do outro.

Tia Júlia já consegue imaginar as brincadeiras posteriores (e o seu sorrizinho).

pela vida

À minha frente, exatamente agora, nascem dúzias de crisântemos, não que sejam exatamente crisântemos, mas por não saber o nome da flor, escolho um mais sonoro.
Além das flores, uma alegria brota lá do fundo - de um lugar por alguns tempos esquecido.(Na verdade que nem me lembrava da existência).Os motivos, não que sejam claros, mas posso enumerar um.
Meu sobrinho que vai nascer de olhos puxados.A expectativa de um ser que está agora (enquanto as flores brotam e a minha alegria), desenvolvendo batidas de coração, cada vez mais fortes e cheias de vitalidade.Depois vêm as mãozinhas os dedinhos, tão pequeninos ainda, mas que um dia serão talvez maiores que as minhas....
Um ser que nasce com um destino ainda tão incerto, mas que fará toda a difereça.
O gênero não importa, o que importa é a vida. (e isso também digo a mim mesma).

sábado, 23 de agosto de 2008

uma talvez julia não tem nada a ver com isso

para um grande amor

Um dia acordei e você não estava ao lado.Perguntei-me a quanto tempo, já que de tempo não vivo (não vivi), mas de espaço.O espaço era uma cama confortável cheia de travesseiros.Aquilo me esquentava, mas ainda continuei perguntando por onde andarias. Imaginei que talvez estivesse pra voltar, que não tinha ido muito longe (ou fui eu quem foi?). Esperei;

Continuei esperando, mas enquanto esperava fumava um marlboro e tomava uma taça de vinho.Você não chegou.Não sei se esperei demais, ou menos.

Saltei da cama e já eram seis da manhã (hora de levantar eu pensei).Fui logo olhar o céu e ver se virias voando. Não veio. Eram só estrelas e talvez a lua.Subi num pé de árvore seca e alí tomei o meu café da manhã (eram bananas e goiabas). Ao descer de lá tropecei num pensamento:será que não voltarias mais (ou nem eu)?A garrafa de vinho estava aberta, resolvi que a tomaria toda, até o último gole, para que talvez minha embriaguez te truxesse. ..Não trouxe.

Achei aquilo tudo muito estranho e resolvi ligar o som, mas estava quebrado.Cantei então uma música sem eu nem saber porque. Ela dizia de uma pétala de flor que voava amarelando o céu, como mágica mesmo.Chorei, não pela pétala,mas porque você ainda não tinha chegado. Decidi esperar mais um pouco .Esperar era demais de longe - te queria perto, e nem sei porque.

A goiaba tinha bichinho, o que me fez sentir neste exato momento uma dor, mas não era na barriga, acho que foi pro peito, e apertou tanto que desta vez embriagada de dor pensei tê-la visto, dançando. Não era (mais uma vez) - tratava-se apenas de mais um devaneio, desta vez devaneio guiado, precisava vê-la, então imaginei - pra ver se vinha assim um momentinho de felicidade.

Ele veio mas já se foi. Me disse que de esperar morre-se sentado, então sentei pra ver se você vinha antes de eu morrer - de saudade ou tédio.

Talvez tenha vindo, não vi.Acho que dormi alí sentada naquela grama verde e fria.Você podia ter me avisado que não viria (ou avisou e eu estava surda - tenho disso ás vezes (?))

Não sei mas continuo esperando. Se for voltar me avisa, mas se não avisar não tem problema - continuo esperando.Se me ouvir te chamar - agora eu chamo - ouve com atenção, pode não ser choro à toa(ou seria?). Eu danço e a música é densa. Nela além de chamar por você, chamo por mim. Quem sabe não nos encontramos?

domingo, 10 de agosto de 2008

mal - dormida

Se eu de fato olhasse lá dentro perceberia que as luzes estavam acesas; e você a sorrir. Lia um livro; não sei de que ria. A luz era baixa; consegui enxergar? Não usava óculos.
Passei ao longe (por dentro), mas estava de fato em pé diante de sua porta .
Esperava ver mais algum sinal ou manifestação da face, alguma mudança de expressão. Apenas ria um sorriso suave que não lhe saía da boca: Combinava muito bem com uma pintinha bem pontuada na bochecha esquerda. Pensei, deve estar bem ao sorrir para dentro (para si mesma, ou de si mesma?)

Fazia – lhe companhia de fora, jamais olharias para mim. O foco era outro.
Fiquei ali por tempo que não sei contar (não soube).
Surtiu grande efeito tal visão, mas a hora se esvaía entre meus dedos que quase não conseguiam segurar a caneta.
Fui-me embora deitei na cama e dormi (um sono escasso em tais tempos de tensão).
Sonhei não sei se contigo (foi sim, eu sei, mesmo antes de tê-la sonhado)

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Toda vez que faço xixi de porta aberta vejo dois cavalos: um vermelho e o outro azul. Eles não me olham, mas vivem num mundo muito colorido. Ainda não tenho todas as cores....
Vejamos: amarelo, branco, alguns tons pastéis e uma pitada de preto, em geral na borda, para deixar as coisas bem traçadinhas.