sábado, 23 de agosto de 2008

para um grande amor

Um dia acordei e você não estava ao lado.Perguntei-me a quanto tempo, já que de tempo não vivo (não vivi), mas de espaço.O espaço era uma cama confortável cheia de travesseiros.Aquilo me esquentava, mas ainda continuei perguntando por onde andarias. Imaginei que talvez estivesse pra voltar, que não tinha ido muito longe (ou fui eu quem foi?). Esperei;

Continuei esperando, mas enquanto esperava fumava um marlboro e tomava uma taça de vinho.Você não chegou.Não sei se esperei demais, ou menos.

Saltei da cama e já eram seis da manhã (hora de levantar eu pensei).Fui logo olhar o céu e ver se virias voando. Não veio. Eram só estrelas e talvez a lua.Subi num pé de árvore seca e alí tomei o meu café da manhã (eram bananas e goiabas). Ao descer de lá tropecei num pensamento:será que não voltarias mais (ou nem eu)?A garrafa de vinho estava aberta, resolvi que a tomaria toda, até o último gole, para que talvez minha embriaguez te truxesse. ..Não trouxe.

Achei aquilo tudo muito estranho e resolvi ligar o som, mas estava quebrado.Cantei então uma música sem eu nem saber porque. Ela dizia de uma pétala de flor que voava amarelando o céu, como mágica mesmo.Chorei, não pela pétala,mas porque você ainda não tinha chegado. Decidi esperar mais um pouco .Esperar era demais de longe - te queria perto, e nem sei porque.

A goiaba tinha bichinho, o que me fez sentir neste exato momento uma dor, mas não era na barriga, acho que foi pro peito, e apertou tanto que desta vez embriagada de dor pensei tê-la visto, dançando. Não era (mais uma vez) - tratava-se apenas de mais um devaneio, desta vez devaneio guiado, precisava vê-la, então imaginei - pra ver se vinha assim um momentinho de felicidade.

Ele veio mas já se foi. Me disse que de esperar morre-se sentado, então sentei pra ver se você vinha antes de eu morrer - de saudade ou tédio.

Talvez tenha vindo, não vi.Acho que dormi alí sentada naquela grama verde e fria.Você podia ter me avisado que não viria (ou avisou e eu estava surda - tenho disso ás vezes (?))

Não sei mas continuo esperando. Se for voltar me avisa, mas se não avisar não tem problema - continuo esperando.Se me ouvir te chamar - agora eu chamo - ouve com atenção, pode não ser choro à toa(ou seria?). Eu danço e a música é densa. Nela além de chamar por você, chamo por mim. Quem sabe não nos encontramos?

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